Mefistófeles

Mefistófeles:
- Já que almejaste em ver e ouvir-me, podes falar. Aos teus conjuros obedeci. Bem! Que me queres? Eis-me qui.
Fausto:
- Quem és tu, ó diabão infernal?
Mefistófeles:
- Quem sou eu? Parte da força, que, empenhada no mal, promove o bem.
Fausto:
- Não entendi o enigma!
Mefistófeles:
- Sou o espírito do estorvo, com razão, pois tudo o que nasce é aniquilado, portanto melhor não ter nascido.
Fausto:
- Ai, o que sei de cor são as manhas do diabo, não dá ponto sem nó!
Mefistófeles:
- Tive esta sina escura! Que lhe quer? É dever, segui esta carreira.
Fausto:
- Não constumas andar incógnito?
- Sim, mas em dia de gala, não ponho jarreteira, o pé de cabra mete mais vista.
Fausto perguntou sobre o pacto de sangue a fim de realizar os seus desejos.
- Isto de sangue é burundanga que tem seu quê - respondeu Mefistófeles.
Então Fausto assinou, vendendo a sua alma por vinte e quatro anos de farra. Estava farto da sabedoria de doutor.
- Meu caro amigo, toda teoria é névoas, auriverde só a árvore da vida. Hoje, ao diabo, se eu não fosse, me daria eu próprio...

(trechos de Fausto, de Goethe)

Um comentário:

Natalia Lix disse...

Mephisto é faca-na-bota, não parece?

 
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