Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca

5 comentários:

Roger Jones disse...

tem pessoas que passam pela vida.
e tem outras em que é a vida que passa por elas.

Anônimo disse...

Pétalas coronárias.

Cruztáceo disse...

Boas noites,
opinando PENSO QUE gostarás certamente de António Nobre? E lendo o teu blog a modos que em transversal revejo Herberto Helder, gostarás também?

um abraço

Anônimo disse...

olá nancy, que bonito soneto da Florbela. Está tudo bem ?? Sabes que o teu blog está muito bonito , muito artistico...Ciao. Bacini.Peter.

Unknown disse...

Nancy, tu és uma escritora fortísima! E agora sei onde reside na web, menina!

Abraços!

 
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