
Deixe-a dançar
A serpente quer dançar
Deslizar em circunvoluções
Viver a canção dos sentidos
Deixe-a dançar
A serpente quer dançar
Apenas dançar a sua própria música
Nada mais.
A serpente quer dançar
Deslizar em circunvoluções
Viver a canção dos sentidos
Deixe-a dançar
A serpente quer dançar
Apenas dançar a sua própria música
Nada mais.
© 2010, Nancy Lix.
Um comentário:
Retrato do tempo esquecido.
O futuro capta o instante pequeno e distante.
Revela a câmera como tudo era antes,
passado a limpo no papel,
registro de mim antigo atual fiel.
Tudo era harmônico e pleno.
Tudo era extremo e sereno.
A vida era arte e tristeza.
E verdadeira era toda a beleza.
Eternamente passado juvenil e puro,
meu destino, meu futuro,
é mantido para sempre neste repente casual,
tal qual o tempo, sempre tempo, sempre igual...
Foram os últimos momentos realmente meus.
Expulsei-me deste retrato de sonho,
saí dali de dentro, deixei para sempre de ser o menino deus.
E me dirigi à realidade, à vida, ao centro.
Restou minha expressão estática,
e nada mais houve adiante.
Moldada e artisticamente dramática,
minha vida toda, realmente,
foi naquele instante.
Olhando para trás vejo meu futuro se afastando.
Olhando para frente vejo minha infância me esperando.
Oscilo involuntário entre meus tempos interiores.
Flutuo ao sabor das emoções que escolhi sem perceber, e sobrevivo.
Não estou mais aqui.
Nunca estive.
Porque descobri que não há onde:
Só há enquanto.
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