Luar da minha vida! cobre-te de lama;
Dorme ou fuma; mas sem levantar dessa cama
Arrasta tua náusea ao fundo do Mal;
Eu te amo assim! Porém se queres, afinal,
Como um astro esquecido à procura da fama,
Passear por aí, onde a Loucura inflama,
Que bom! Sai da bainha, encantador punhal!
Acende o teu olhar à luz dos lampadários!
Acende a excitação nos olhos dos otários!
Tudo em ti me seduz: o mórbido e o vivaz;
Quer sejas noite negra ou sangüínea aurora
Não há um fio só do meu corpo voraz
Que não proclame, ó meu Belzebu, que te adora!
Le Possédé, Baudelaire. Tradução: Jorge Pontual
Um comentário:
Hehehehe...
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