Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(do Soneto 11, Luiz Vaz de Camões)

2 comentários:

Cinzel disse...

Um dia escrevi "Ode ao Amor".

Mudei o título.
A melhor versão sempre foi "Ódio ao Amor".
Hehehe!

Beijinho, Nancy!!!

Natalia Lix disse...

Finalmente consegui comentar!
Queria desejar um colar de alho a todos nós frequentadores do blog, apenas isso. rs

 
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