Jamais senti louca saudade
dos amores que não tive,
para ti me guardando,
guardei-me em mim mesma,
sombra,
desejo,
intensidade,
tua presença fez-me sentir de tal forma
que homem algum jamais eu quis.
Agora,
embalando-me nas memórias
destes longos anos não vividos,
sinto esta paixão ainda comigo,
com a lembrança do que não foi,
uma vida de efêmeras alegrias,
traições e lágrimas,
uma vida perdida.
Para o trágico drama feminino,
nunca encontrei-me disponível,
quando eu morrer,
nenhum crocodilo chorará por mim.
© 2009 Nancy Lix. Lua em Refração
2 comentários:
Entre dar asas ao Muladhara e se afogar nas lágrimas crocodiloucas, sejamos nossa potência máxima e não partamos ao meio este andrógino.
a idéia de predestinação é um sentimento religioso, uma ilusão que dá colo à nossa ilusão, desespero e desamparo... mas a realidade é uma história sem fim, sem começo e sem roteirista.
ou então, se tiver roteirista, ele é o crocodilo.
quanto às lágrimas... só elas tão sentido ao enredo.
:/
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