O Tempo

O vento do outono soprava sobre ela. Sobre os elementos não tinha poder nenhum. Tormenta à noite, neblina de manhã. As folhas caíam. Sua juventude mudava de cor. O cenário cinzento a amedrontava. Sentia o enrijecimento das extremidades. E a nudez apavorante das formas distorcidas, tétricos ossos, galhos ressequidos. O sol esfriara completamente. Mas não estava só. O tempo implacável perseguia as outras também. Isso a confortou.

©, 2008, Nancy Lix.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que beleza seu blog
Muito bom mesmo
até indeiquei no INVERSO&AOCONTRÁRIO
Dê uma olhada nesse meu:
Não me rendo à hipocrisia Fabio da Silva Barbosa, Niterói (RJ)
estou cansado de pessoas que sabem tudo dizendo o quanto a hipocrisia é bela
o quanto à verdade é rude
o quanto devemos ter cuidado com o que dizemos
estou cansado dos senhores do saber com suas regras impostas
nos impondo seu certo
que aceitaram tão passivamente
quanto o gado aceita a morte
quando vai ao abatedouro
e olha que ele não a aceita
isso não tem nada haver com aceitação
isso é só força de expressão
estou cansado da mentira peçonhenta
que nos enfraquece enquanto os alimenta
que nos mutila em forma de graduação
que nos castra enquanto cidadão
da lavagem cerebral
que somos obrigados a aceitar
dessa forja que nos forma
da sutileza azeda
das amargas boas maneiras
e de versos métricos que me enfadam
mas não como as fadas me enfadam
fadas da vida
fadas feridas

Natalia Lix disse...

Descrição de uma águia entediada de caçar.

 
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