Anjo e demônio,
meu segredo,
meu véu,
minha sina velada,
como posso atar
essas duas partes de meu ser,
colocar asas em meu corpo,
corpo de serpente,
deixar de rastejar,
sair da escuridão,
e acoplar-me sobre a árvore,
entregar-me ao meu desejo,
sem a ele submeter-me
ou perverter-me,
isento de pegajosa lascívia,
mas de beijos profundos e doces
como o licor de anis,
intensos
e inocentes de prejuízos,
sem converter, contudo,
em chama volúvel a minha alma,
em desapaixonada paixão,
como um anjo sem ventre,
ou um demônio sem coração.
© 2009. Nancy Lix. Lua em Refração.
2 comentários:
ótima métrica. beijos.
acho que antes de me livrar dos meus demônios, eu devia me livrar dos meus anjos... mas a verdade é que a sensação que tenho é de que se eu não lavar essa louça acumulada, mesmo com esse frio inclemente, a minha vida não irá adiante... saca ?
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